Análise da agressividade

de La Haine à Michael Jackson

Antes de mais nada, queria me desculpar pelo hiato súbito. De fato, não tinha planejado interromper a news por dois meses inteiros. Acabei passando por algumas mudanças (a grande maioria delas bem positivas, aliás) que atropelaram o planejamento inicial. Finalmente, estamos de volta.

Feira de Santana é uma das cidades mais violentas do mundo. Pelo menos é o que diz a ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal. Essa não é a primeira vez que essa mesma organização faz essa lista. Também não é a primeira que Feira de Santana aparece no ranking, ou que cidades do Brasil e do México liderem a lista. De fato, o cálculo por cem mil habitantes maquia a violência em outros centros e direciona o debate pra uma esfera que, bem, é fácil de ser usada como massa de manobra política.

A estética do medo também é racial. Quando falamos de violência urbana, criamos uma escala maior de insegurança, que nivela as desigualdades e coloca todos num mesmo patamar de vulnerabilidade. O que não é verdade. Pessoas negras sofrem com encarceramento em massa, assassinato sistêmico e violência estatal; nordestinos sofrem com descaso público de um projeto de exclusão secular; latinos são tratados como inimigos do desenvolvimento quando, na verdade, não existiria mundo ocidental moderno sem a latinidade.

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